Talvez você ainda não integre o movimento da Beleza Limpa, mas saiba: a cada ano que passa ele ganha mais adeptos, principalmente entre as gerações mais jovens. Ele questiona, principalmente, a maneira como produtos de beleza são feitos. O Beleza Limpa rastreia os rótulos para provar que nossa vida está inundada de elementos químicos que são ótimos para conservar o que compramos, mas potencialmente péssimos para a nossa saúde.
“Beleza limpa é um termo que surgiu nos últimos anos, sob o guarda-chuva de outros movimentos, como slow beauty, green beauty, beleza natural. É um movimento, mas que já tem sido traduzido como pratica de mercado a partir de fórmulas de produtos livres dos principais ingredientes suspeitos de serem tóxicos para a saúde humana e o meio ambiente”, explica a jornalista fluminense Marcela Rodrigues, uma especialista no assunto e dona do portal de comunicação “A Naturalíssima”.
Marcela trabalha com esse assunto todos os dias em workshops, conteúdos, consultorias e ações para marcas que já estão ou querem entrar nesse nicho de mercado: “São mais de sete anos pesquisando de forma independente o movimento da beleza natural e as vertentes do consumo consciente. Antes, era um nicho em um bolha. Hoje vejo uma transição. A pandemia acelerou o processo e agora tivemos um boom no Brasil de novas marcas, inclusive de grandes grupos, lançando suas linhas de beleza limpas”, diz ela.
Como entrar nessa jornada
Para seguir o movimento de Beleza Limpa, a primeira coisa que precisa ser feita é vasculhar os rótulos dos produtos e aprender um pouco sobre eles. Há marcas que fazem cosméticos mais ou menos “limpos” dependendo de que ingrediente químico cortam da fórmula. Mas alguns valores que são inegociáveis, segundo Marcela Rodrigues: “Não ter passado por testes em animais e ser livres de parabenos, derivados de petróleo, sulfatos, além de compostos químicos como Triclosan e Ftalados, por exemplo”.
Marcela explica, porém, que não existe um selo único, uma forma de provar que o produto é limpo através de certificação. “Na minha visão e forma de falar do tema sempre provoco as pessoas a terem um olhar além da fórmula: quem é a empresa que está por trás, qual o impacto deste produto que, ainda que limpo, teria em padrões de beleza, saúde mental, etc. A sustentabilidade não deve ser vista apenas como consumo ou não de um produto”, diz.
Para começar a usar cosméticos ditos limpos você não precisa trocar toda a grade do que consome de uma vez. Em uma pesquisa publicada em 2019 pela Mintel – empresa de pesquisa de mercado que faz análises em diversos países – mostrou que 54% dos brasileiros são potenciais compradores de produtos naturais e éticos. Ou seja, é um mercado em franca expansão. Ela aponta ainda que a Beleza Limpa é uma das principais tendências de consumo e que a preocupação com o uso de substâncias nocivas para a humanidade e para o meio-ambiente só deve aumentar nos próximos anos.
Entre as marcas de beauté que já entraram nesse concorrido mercado estão gigantes como a francesa Biossance, além das brasileiras Cativa e Simple Organic. “A Biossance, por exemplo, é um case de clean beauty. Não é natural porque consegue sintetizar todos os ingredientes, mas usa inovação para criar em laboratório fórmulas saudáveis para a saúde humana e para a natureza. Todos com muita performance”, explica a jornalista. Quer um exemplo? “O esqualano, produto presente em cosméticos para ajudar na hidratação da pele e na retenção de líquidos, é um ingrediente que vem do fígado do tubarão. Hoje já existe tecnologia para criar uma versão vegetal, à base de cana-de-açúcar, que é 100% natural. A Biossance faz isso”, explica Marcela.
O certo é que, cada vez mais, termos como Beleza Limpa, sustentabilidade, orgânico e cadeia produtiva rastreada devem se entrelaçar. Quem estiver à frente nos novos tempos sairá ganhando. Na próxima vez que for comprar um produto de beleza para seu corpo, cabelo ou rosto, tenho certeza de que essa matéria ficará martelando na sua mente. Quer apostar?
(Fonte: Consumidor moderno)
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