Para algumas pessoas, sentar-se à mesa para comer com familiares e colegas pode ser um grande desafio. Os sons de respiração, mastigação e deglutição parecem inofensivos, mas são capazes de tirar do sério aqueles que sofrem com a chamada misofonia – condição que causa uma reação negativa aos sons.
A misofonia não é só uma palavra bonitinha para descrever quem se irrita com quem devora um pacote de salgadinhos de boca aberta. É coisa série, e as pessoas que vivem com o problema tendem a ficar extremamente irritadas ao ouvir qualquer barulhinho do dia a dia, tendo desde enjoos até comportamentos agressivos.
Não se sabe ao certo o que causa a misofonia, mas pesquisadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, podem estar próximos de desvendar esse mistério. Eles analisaram um total de 37 pessoas – 17 com misofonia e 20 sem o problema. Os voluntários eram levados a ouvir alguns sons “gatilhos”, como o de pessoas mastigando uma maçã ou comendo batatinhas. Enquanto isso acontecia, os pesquisadores capturavam imagens do cérebro das pessoas. Os resultados foram publicados no Journal of Neuroscience.
Antes de explicar a conclusão, é importante se atentar a dois fatos que também foram considerados pelos pesquisadores. As pessoas com misofonia são mais afetadas por sons feitos por pessoas se alimentando, uma ação que envolve movimentos orofaciais (relacionados à cabeça, face, boca e pescoço). Um vídeo sem som de alguém tomando um suco, por exemplo, pode ser suficiente para irritar quem tem a condição.
Além disso, é comum que aqueles que vivem com a misofonia imitem os sons gatilhos espontaneamente como uma forma de enfrentar o problema. Uma tática de guerrilha, na linha do “é melhor eu mesmo fazer isso antes que alguém faça”. E é aí que pode estar a chave para entender o desconforto.
(Fonte: Super Interessante)
COMENTE,
QUE VOCÊ TENHA UMA ÓTIMA TERÇA-FEIRA! /*–*/