A gente vive ouvindo por aí que corpo e mente são conectados e que a saúde de um é indispensável para a saúde do outro. Nos últimos anos, a preocupação com o cuidado com as emoções ganhou bastante espaço quando falamos de vida saudável, e as terapias voltadas para esse campo também estão cada vez mais populares. Mas como saber quais são as suas necessidades emocionais e que caminhos podem te ajudar? Vamos falar sobre como o corpo e a mente conversam um com o outro e também sobre como cuidar de si de forma mais integrada.
Relação corpo e mente
Talvez ainda pareça estranho pensar em uma relação íntima entre corpo e mente, quando os dois nos parecem partes tão diferentes, mas essa relação é o que as medicinas tradicionais mais antigas e os estudos científicos mais atuais nos mostram.
Os pensamentos e as emoções podem influenciar diretamente em como o organismo funciona. Uma das razões para isso é que o centro de armazenamento e controle das emoções – uma parte do cérebro – tem ação direta no sistema endócrino e no sistema nervoso. Ou seja, o que você pensa e sente pode ser traduzido em respostas hormonais, imunológicas e neurológicas no seu corpo.
E não é preciso ir até revistas científicas pra encontrar evidências desse funcionamento. A gripe que aparece quando a correria no trabalho é estressante, a falta de energia nos momentos de tristeza e a insônia que vem junto com as preocupações diárias são exemplos bem próximos de tudo isso que a ciência conta. Isso é verdade também nos aspectos positivos, e pessoas mais felizes e tranquilas tendem a ter uma saúde mais vibrante.
Incômodos do cotidiano podem impedir autoconhecimento
Apesar dessa poderosa conexão, não é comum que se preste atenção na mente e nas emoções tanto quanto no corpo. É mais fácil identificar fome, sede ou alguma dor física. Porém, essa percepção fica mais complicada quando se fala em estresse, inseguranças, ansiedades, tristeza ou medos, por exemplo.
É mais fácil identificar fome, sede ou alguma dor física. Porém, essa percepção fica mais complicada quando se fala em estresse, inseguranças, ansiedades, tristeza ou medos, por exemplo.
Muitas vezes, esses incômodos sequer são conscientes e, quando a percepção sobre eles vem à tona, o corpo já está sofrendo as consequências e mostrando sintomas e sinais que apontam para um problema mais profundo.
É possível que dores, agitação, cansaço excessivo e aquele mal-estar que aparece às vezes não tenham apenas causas físicas, mas que sejam também formas de o corpo comunicar sofrimentos emocionais. E esses foram apenas alguns exemplos, mas as queixas podem variar bastante, dependendo das características de cada pessoa e de sua história individual.
Quanto mais distanciados das necessidades emocionais, mais o corpo lança mão dos sintomas físicos, e essa dinâmica pode trazer muitas consequências indesejáveis para a saúde.
Equilibre os cuidados consigo mesmo
Para evitar os danos que esse distanciamento pode causar, é preciso exercitar um olhar atento e cuidadoso para os próprios pensamentos e sentimentos. Da mesma forma que é possível aprender a identificar e atender as necessidades físicas, também é possível treinar um cuidado com a subjetividade – entrar em contato com o modo como encara as próprias emoções e como se relaciona psiquicamente consigo mesmo e com o mundo. E, a partir disso, poder identificar comportamentos, contextos, relações ou padrões prejudiciais que estavam inconscientes.
As informações sobre a importância da saúde mental e emocional existem e estão ao alcance de todos. O próximo passo é buscar e explorar ferramentas, assim como profissionais competentes e dispostos, que podem ajudar nesse cuidado. A psicanálise, com o uso da fala como ferramenta terapêutica, é um caminho possível para iniciar essa atenção e cuidado com as emoções. Mas não existe fórmula mágica nem regras rígidas. Cada pessoa vai construir um caminho individual de descoberta, e o mais importante é lembrar que corpo e emoções estão conectados e que uma saúde integral depende de um olhar integral sobre si mesmo.
(Fonte: Personare)
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