Sempre que vamos comprar ou consumir certo produto ou serviço, buscamos aqueles com maior qualidade e que nos proporcione mais satisfação. Claro, isto é um comportamento bem normal. Buscamos o melhor carro, uma viagem mais confortável, uma roupa mais elegante e com melhor estilo, um restaurante com comida mais saborosa etc.
Desde que tudo isto esteja dentro de nossas possibilidades financeiras, não haveria problemas, certo? Bom, sim e não. Se você mantém as suas contas em dia, mantém um bom controle financeiro e ainda consegue ter uma poupança para imprevistos e também para o seu futuro, não há grandes problemas. Mas, mesmo neste caso, não é bom exagerar. O ideal é sempre viver um pouco abaixo de suas possibilidades.
À medida que nos desenvolvemos em nossa vida pessoal e profissional, a nossa condição financeira (ou seja, o salário) também vai aumentando. E, com isto temos acesso a produtos melhores e mais caros. Nosso padrão de consumo tende a aumentar.
Vamos dar um exemplo, só para ilustrar.
Quando éramos adolescentes e não tínhamos nenhuma renda própria, a vida era uma dureza. Andávamos somente de ônibus e a única diversão era assistir televisão ou passear no shopping. Somente passear, sem comprar nada.
Enfim, conseguimos o nosso primeiro emprego, com um salário bem baixo, mas já era alguma coisa. O ônibus continuava sendo nosso companheiro, mas já era possível assistir ao cinema de vez em quando sem pedir uma grana aos pais. Só o cinema, nada de comprar pipoca ou refrigerante.
A situação melhora, trabalhamos arduamente e recebemos um aumento. O sonho do carro próprio ainda está longe, mas já dá para comprar pipoca e refrigerante no cinema, e até um lanche depois da sessão.
O tempo passa, as promoções começam a aparecer e finalmente conseguimos dar adeus ao ônibus e comprar o nosso primeiro carro … usado, claro, mas próprio. O cinema, pipoca e refrigerante continuam, mas agora buscamos um restaurante melhor. E ficar na cidade nas férias? Nem pensar, pelo menos uma viagem por ano é sagrada.
Mais alguns aumentos devido a uma carreira bem sucedida, e o carro passa a ser sempre novo e com ar-condicionado. E você se pergunta: “Como eu consegui viver dirigindo com todo aquele calor no carro?”.
Bom, essa estória poderia continuar indefinidamente. O fato é que à medida que vamos experimentando e vivenciando melhores condições de vida, fica difícil voltar atrás. Será que conseguiríamos voltar a andar de ônibus? Ou, pelo menos, em um carro sem ar-condicionado? Ou então deixar de pedir a pipoca, ou cortar os restaurantes mais finos? Não, o cinema perderia a graça, e a comida dos outros restaurantes é muito simples …
É claro que este exemplo pode não se aplicar perfeitamente à você. Mas pense nas coisas em que você não abre mão hoje. Qualquer que seja a situação em que estamos é sempre difícil e doloroso dar um passo atrás em nosso nível de consumo e deixar de lado certos confortos com os quais acostumamos.
Por isto, não se esqueça: procure sempre viver um pouco abaixo de suas possibilidades. Isto é muito bom não só para o seu bolso, mas também para o meio-ambiente. Não deixe de fazer algumas extravagâncias uma vez ou outra, nem deixe de aproveitar a vida. Mas tenha a consciência de que muito disso não é essencial. Além disto, nunca se sabe o dia de amanhã. Algum imprevisto pode ocorrer (a perda do emprego, uma doença na família) e você acabar sendo obrigado a cortar gastos abruptamente. Quanto mais alto for o seu padrão de consumo, mais difícil será a tarefa de readequar seu estilo de vida.
(Fonte: Minhas Economias)
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