PERGUNTA: Acredito que tenho um bom salário para sustentar a mim e meu filho de 12 anos. Nunca precisei fazer nenhum empréstimo e minhas contas estavam sempre em dia, mas há cerca de um ano e meio atrás comecei a ficar endividada. Desde então fiz vários cortes nos meus gastos e acredito que não tenho nenhuma despesa absurda, mas o valor do que devo só vem aumentando.
Perdi o controle de minhas finanças pessoais e hoje possuo várias dívidas que totalizam quase R$ 6.000:
• a pior é a do cartão de crédito, de R$ 3.100, e que levou meu nome ao Serasa como inadimplente;
• outros R$ 2.300 são de um empréstimo na empresa;
• e utilizo mais R$ 580 do cheque especial.
Estou pensando em quitar o cartão de crédito e o cheque especial através de outro empréstimo na empresa, a juros de 2,5% ao mês. Seria uma solução?
RESPOSTA: Não pretendemos aqui dar a solução final para o seu problema, mesmo porque não sabemos como é o seu perfil de gasto, nem que impacto algumas de nossas sugestões teria em sua vida. O que podemos fazer é dar algumas dicas para tentar mostrar que não é impossível ter uma vida financeira equilibrada e que há uma saída para seus problemas.
O seu primeiro grande problema está em seus gastos, ou melhor no seu controle dos gastos. De nada adiantará renegociar as suas dívidas se você continuar gastando mais do que ganha. Você disse que já cortou gastos.
Bom, provavelmente novos cortes deverão ser feitos, mas primeiro você precisa entender muito bem onde está gastando. Assim:
• Anote todos os seus gastos e faça disso um hábito diário, de preferência. Você pode fazer isto numa planilha, num caderno ou no próprio Minhas Economias. Isto é importante para que você possa avaliar precisamente aonde o seu dinheiro está indo e depois saber onde pode cortar gastos. Com o tempo, você mesma perceberá aonde poderá economizar mais sem prejudicar tanto a sua qualidade de vida.
• Converse com seu filho sobre a situação financeira de vocês. Transforme-o em sua aliada no que se refere à contenção de gastos desnecessários. Isto é importante por dois aspectos: irá ensiná-la a lidar com dinheiro e também ela mesma poderá contribuir para gerar poupança.
• Anote quais são seus principais objetivos de vida, aqueles que realmente irão lhe proporcionar prazer duradouro. Toda vez que fizer uma compra ou tomar uma decisão financeira, pense em seus objetivos de vida e verifique se aquele gasto faz sentido para estes objetivos.
• Toda vez que for comprar algo, reflita se é uma necessidade ou um desejo. Na dúvida, não compre.
Estas são apenas algumas dicas para que você passe a se comportar diferente. Lembre-se que de nada adianta resolver seus problemas agora se seus hábitos de consumo e comportamento não mudarem. Sem esta mudança, você provavelmente passará por esta situação novamente.
Quanto à parte financeira, provavelmente a sua estratégia de quitar o cartão e o cheque especial está acertada. Os juros cobrados por estes tipos de dívidas estão entre os mais caros do mercado. Um empréstimo na sua empresa a juros de 2,5% é seria uma boa troca que trará uma economia no pagamento de juros.
É sempre bom ressaltar que todo este esforço será inútil caso você não consiga conter a compulsão por compras. Uma estratégia adotada por algumas pessoas é deixar o cartão de crédito/débito e o talão de cheques em casa e só levar o dinheiro estritamente necessário quando for sair para fazer compras ou a lazer.
Bom, seria possível escrever um livro com todas as dicas possíveis, mas o que você deve guardar para si é que não há como resolver seu problema sem que o seu comportamento de consumo seja adequado ao seu nível de renda. No futuro, procure economizar e poupar para comprar os bens que necessita.
(Fonte: Minhas Economias)
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até breve…muito breve! /*–*/