Para termos um equilíbrio sustentável em nossas vidas, precisamos cultivar uma boa saúde física, mental e emocional, sem deixar de lado, entretanto, a saúde financeira.
Quando não temos uma saúde financeira organizada, entramos em uma turbulência de preocupações e conflitos, que com o tempo poderão gerar diversos problemas, em maior ou menor escala, mas não se limitando à:
• Stress e ansiedade
• Depressão
• Problemas de relacionamento
• Queda de produtividade e concentração no trabalho
• Separação familiar
• Envolvimento com jogo, bebida e drogas
• Suicídio
Gostaria de enfatizar que os pontos acima mencionados são uma realidade, e não algo meramente conceitual. No limite do desespero, muitos chefes de família chegam à beira do precipício pessoal e profissional, e acabam por subtrair suas próprias vidas, levando suas famílias a vivenciarem experiências extremamente traumáticas.
Tomando por base a criticidade do assunto para a saúde da população, considero fundamental que as pessoas possuam um mínimo de conhecimento em Educação Financeira e em Investimentos, para com isso, internalizar conceitos e comportamentos que irão possibilitar um maior equilíbrio de vida.
A lacuna de conhecimento existente em nossa sociedade, pode ser observada não somente no seio das famílias, mas também em nossa formação acadêmica. Somos introduzidos à diversas áreas da educação, tais como a educação física, artística, moral e cívica, musical, religiosa, mas em geral, não temos contato com a Educação Financeira.
Esse tema, em minha concepção, deveria ser obrigatório nas escolas, já a partir do nível fundamental, para que desde cedo nossas crianças possam se transformar em cidadãos mais conscientes e capazes de entender e gerenciar sua própria vida financeira, tomando decisões lógicas e assumindo comportamentos sustentáveis.
Fazendo uma analogia ao famoso livro de Spencer Johnson, “Quem mexeu no meu queijo”, a pergunta que deveríamos nos fazer é: – “Quem mexeu na minha Educação Financeira”?
Gostaria de evidenciar alguns pontos que julgo fundamentais para avançarmos no entendimento do tema.
1- Papel da Educação Financeira
Para contextualizar, o principal papel da Educação Financeira é formar indivíduos conscientes e disciplinados na forma como lidam com o dinheiro.
Objetiva criar e manter hábitos de consumo saudáveis, que nos permitirão formar um patrimônio sólido, crescente e rentável.
É uma busca por melhor qualidade de vida no presente e futuro, com segurança suficiente para aproveitar os prazeres da vida e ao mesmo tempo se proteger contra eventuais imprevistos.
É muito mais do que simplesmente aprender a economizar, cortar gastos, acumular dinheiro e investir, trata-se de um estilo de vida, um gesto de respeito pela família, amor aos filhos e paz de espírito.
2 – Mudança de Mentalidade/ Comportamento
O primeiro degrau para avançarmos no campo da Educação Financeira, passa por uma forte mudança em nossa mentalidade, e na forma como nos relacionamos com o dinheiro.
Não podemos encarar o assunto como uma ciência exata, pois na prática, será através da obtenção de novos hábitos e costumes, que iremos conseguir evoluir de forma responsável e sustentável.
Devemos projetar nossos objetivos, sonhos e motivações, e sair de nossa zona de conforto, para que a mudança realmente ocorra e gere resultados tangíveis e duradouros.
3 – Diagnóstico Financeiro/ Raio X
Em paralelo à mudança de mentalidade e adequação de comportamento, será fundamental realizarmos um diagnóstico financeiro detalhado e personalizado, um verdadeiro RX de nossa situação financeira. Deverão ser exploradas questões como:
– Qual é o nosso salário líquido? Temos alguma outra receita?
– Quanto gastamos por mês? Em que? É necessário?
– Possuímos dívidas? Com quem e quanto?
– Temos dinheiro investido? Onde e com qual distribuição?
– Nosso padrão de vida está compatível?
– Quais são nossos sonhos e desejos?
– Possuímos um plano B na gaveta?
– Nossos seguros e previdência estão estruturados?
– E nossas metas e orçamento pessoal e familiar?
4 – Encare sua Realidade de Frente
O passo seguinte, com o diagnóstico financeiro em mãos, será a compreensão das limitações e dificuldades, e daquilo que prejudica o nosso equilíbrio financeiro. Será necessário encarar a realidade de frente e repensar o padrão de vida adotado, em todos os aspectos.
Se possível, devemos buscar ajuda com amigos, parentes ou profissionais, para nos mostrar uma realidade que eventualmente não estamos visualizando, e talvez com isso, tenhamos condições de assumir a direção e o destino de nós mesmos, a mais importante empresa do mercado, a “Eu sou capaz S/A”.
5 – Calibre o seu Padrão de Vida
Se houver necessidade de ajustes no padrão de vida, devemos envolver diretamente nossos familiares, pois eles, mais do que ninguém, podem garantir, sabotar ou até arruinar o nosso projeto.
Como princípio básico, não gaste mais do que ganha e evite contrair dívidas, por outro lado, acumule patrimônio que gere renda a seu favor.
Não pense somente no presente, e sobretudo não viva de aparências, acredite no futuro e se programe para chegar lá em grande estilo.
6 – Elabore um Orçamento
Descubra para onde está indo o seu dinheiro! Através de um orçamento bem estruturado, que analise o passado e projete o futuro, no curto, médio e longo prazo, investigue detalhadamente seus gastos.
Crie categorias de despesas e implemente os ajustes necessários – saia de sua zona de conforto, e faça os cortes necessários.
Gerencie seu orçamento de acordo com sua realidade, seus desejos e suas metas familiares, trace objetivos realistas – tenha o pé no chão e assuma imediatamente o controle de sua vida financeira.
7 – Ataque suas Dívidas
Evite ao máximo contrair dívidas, e fuja do cartão de crédito e cheque especial, verdadeiros vilões e motivo de ruína financeira de muitas famílias.
Caso já tenha dívidas na sua rotina financeira, objetive reduzir e com o tempo acabar com elas. Priorize o pagamento das que possuem taxas de juros mais altas e negocie contas atrasadas.
Priorize sua tranquilidade e de sua família.
8 – Faça sua Reserva de Emergência
E com urgência… pois a emergência não agenda hora.
Trata-se de uma proteção “curta” para casos de doença, desemprego, crises econômicas e outros imprevistos.
Recomendo uma reserva de no mínimo 6 meses do padrão de vida familiar, investida em ativos com alta liquidez, baixo risco e fácil acesso.
Só recorra a ela em caso de real necessidade – não se sabote!
9 – Invista suas Economias
Agora que sabemos a importância da Educação Financeira para nossa saúde e nossa vida familiar, será importante obtermos conhecimentos para investir nossas economias com inteligência, em busca de um futuro próspero.
Investimentos conscientes demandam muito estudo, e podem te levar para o caminho da tão sonhada independência financeira.
Algumas estratégias, se adotadas em conjunto, ajudam na busca deste sonho, como por exemplo:
– correta definição do seu perfil de investidor e real apetite para correr riscos (conservador, moderado, arrojado…);
– diversificação do seu portfólio para reduzir concentração de ativos (“não coloque todos os ovos na mesma cesta”);
– adequada definição dos prazos de investimento (o tempo de vida dos ativos e sua condição de carência ou liquidez).
10 – Contrate Seguros
Imprevistos podem gerar danos irreversíveis ao seu planejamento de vida. Não negligencie seus riscos!
É importante observar que ninguém faz seguro pensando em acionar a apólice, mas caso necessário, ela estará lá para sua proteção.
Avalie as suas áreas de risco, proteja sua saúde, seu patrimônio e a tranquilidade de sua família (recomendo a contratação de um plano de saúde, além de seguros de vida, automóvel, residência, viagem, dentre outros, que
possam aumentar sua proteção).
Se prepare para imprevistos, não seja um otimista convicto!
11 – Incremente sua Aposentadoria
Assuma a responsabilidade por sua aposentadoria e não dependa somente da previdência pública, tão caótica e questionada nos dias de hoje, busque incrementá-la com uma aposentadoria privada.
Inicie seu planejamento previdenciário o quanto antes, e mais cedo que todo mundo, pois isso influenciará diretamente na sua capacidade de acumulação.
Compre “ativos” (geradores de renda) e não “passivos” (geradores de despesas) – a regra é simples: “Ganhe, Poupe e Invista” e faça o dinheiro trabalhar para você.
(Fonte: Dinheirama)
Comente,
até breve…muito breve! /*–*/