Você já ouviu falar em pink tax? A chamada “taxa rosa”, em tradução livre, é pouco conhecida pelas mulheres pelo seu nome. Na prática, no entanto, é comum encontrar quem já foi vítima deste fenômeno.
Se você é uma consumidora que já teve a estranha sensação de que está pagando mais caro por alguns produtos básicos do dia a dia na comparação com os mesmos produtos voltados para homem, saiba que você foi uma das inúmeras vítimas da pink tax.
Quer entender mais sobre o assunto? Então continue a leitura do artigo de hoje e descubra por que as mulheres pagam mais caro na hora de fazer algumas compras no dia a dia!
Afinal, o que é pink tax?
A pink tax – também conhecida como taxa rosa ou imposto rosa – é um fenômeno acompanhado há alguns anos em todo o mundo. Este efeito acontece quando produtos oferecidos ao público feminino são oferecidos por preços muito mais elevados na comparação com os mesmos produtos direcionados ao público masculino.
Há situações, inclusive, nas quais o produto voltado às mulheres apresenta apenas alteração de cor – normalmente, rosa ou lilás – em relação ao produto voltado aos homens. O preço do artigo feminino, contudo, costuma ser bem mais alto.
Portanto, se você já teve a impressão de que, em suas compras diárias, gastou mais do que um homem – seja pai, namorado, marido ou amigo – pelos mesmos produtos, agora sabe que o motivo para esta diferença foi a incidência da pink tax sobre os produtos.
Pink tax em números
E não pense que a percepção de encarecimento de produtos femininos em relação aos produtos masculinos seja apenas algo abstrato. Esta disparidade tem sido, nos últimos anos, comprovada em números, por meio de pesquisas ao redor do mundo.
No ano de 2016, o Departamento de Consumo de Nova York Consumer Affairs (DCA) publicou uma pesquisa, na qual analisou preços de produtos voltado às mulheres em comparação com aqueles que são comercializados em embalagens destinadas ao público masculino.
Foram analisadas 35 categorias de produtos de 91 marcas, em 24 lojas. O resultado: em média, os produtos para mulheres custavam 7% a mais do que seus pares destinados aos homens.
Na categoria de produtos de higiene pessoal, a diferença nos preços foi ainda maior: 13%! Impressionante, não é?
No Brasil, um estudo realizado em 2018 pela ESPM chegou a um percentual semelhante. De acordo com o levantamento, os produtos voltados às mulheres no mercado brasileiro são até 12,3% mais caros do que aqueles destinados ao público masculino.
Para constatar esta disparidade de preços no dia a dia, basta prestar atenção na hora das compras. Seja um aparelho de barbear, uma peça de roupa, um tênis. Não importa: possivelmente, a pink tax estará quase sempre presente.
O que diz o mercado
O mercado explica a diferença de preços entre produtos femininos e masculinos a partir do uso de tecnologias e, eventualmente, ingredientes diferentes na confecção dos produtos.
Em uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo no ano de 2015, por exemplo, a Gillette justificou esta divergência afirmando que “elementos, como tipo de pele, comprimento dos fios, área de alcance e ergonomia do aparelho mostram que as lâminas femininas precisam ser projetadas de forma muito distinta dos produtos desenvolvidos para os homens”.
Contudo, na prática, essa diferença nem sempre existe em alguns produtos. Foi o que constatou o estudo da DCA de Nova York, de 2018.
Além de identificar a diferença de até 13% em produtos de higiene pessoal para homens e mulheres, a pesquisa também verificou que, muitas vezes, a única diferença entre os itens destinados aos homens e às mulheres é a cor.
Consumo feminino x consumo masculino
O fato é que, no final das contas, a diferença de preço entre produtos idênticos voltados para homens e mulheres pode estar relacionada às praticas de consumo de cada um destes públicos.
Uma vez que as mulheres costumam consumir muito mais produtos que possam lhe trazer benefícios no dia a dia – sejam eles palpáveis ou não, como é o caso do aumento da autoestima, é de se esperar que o mercado aproveite este comportamento para elevar os preços das mercadorias destinadas a este público.
Além disso, as mulheres costumam ser mais exigentes na hora da compra. Isso explicaria, inclusive, as inúmeras alternativas de produtos similares disponíveis no mercado para o público feminino – diferente do mercado masculino, que tende a ter uma quantia menor de variáveis de um produto similar.
Já os homens, por outro lado, costumam consumir aquilo que for mais prático e barato, sem se importar tanto com outros atributos. Em algumas situações, até mesmo a marca acaba sendo irrelevante para parte deste público – desde que o produto lhe atenda de maneira adequada.
Como fugir da pink tax?
A pink tax é uma realidade no dia a dia de qualquer mulher ao redor do mundo. Se esquivar deste imposto rosa não é fácil, mas é possível.
Uma alternativa é estar sempre atenta a eventuais discrepâncias entre preços de produtos masculinos e femininos no mercado e evitar adquirir aquele que está sendo comercializado por um preço mais caro sem, na prática, lhe oferecer quaisquer diferenciais.
Antes de fazer uma compra, faça esta análise de preço e compare os produtos. Veja se vale a pena levar um determinado item simplesmente pelo fato de ele ser direcionado ao público feminino ou se suas necessidades serão supridas pelo mesmo produto destinado aos homens.
Pesquisar e fazer uma boa análise é, portanto, um aliado poderoso para aquelas consumidoras que desejam economizar em suas compras do dia a dia. Fique de olho nos preços, pondere suas escolhas e encontre alternativas de consumo.
Lembre-se sempre que, se todas as mulheres mudarem seus hábitos de consumo e evitarem os produtos que são mais caros sem razão aparente, será muito mais fácil gerar algum tipo de mudança na indústria. E, consequentemente, baixar os preços dos produtos!
Pense nisso em sua próxima compra!
(Fonte: Organizze)
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