Quem usa o cartão de crédito no dia a dia sabe muito bem que suas grandes vantagens são a comodidade e a segurança. Você não precisa andar com dinheiro vivo, “joga” o pagamento para frente e ainda consegue parcelar.
Quando discutimos controle financeiro e a importância de organizar as finanças, o cartão de crédito é comumente chamado de “vilão”. Ou isso ou pior: ele é culpado pelo insucesso no planejamento financeiro. Ah, isso também acontece com o cheque especial.
Como já discutimos inúmeras vezes, o cartão de crédito em si não é o problema. Ele não compra nada sozinho. Somos nós os responsáveis por nossas escolhas e decisões de consumo, e por todas as consequências delas.
Perigo no cartão de crédito: fazer “coleção”
Tente se lembrar de cabeça: quantos cartões de crédito você possui? Tem certeza? Busque sua carteira e confira. Será que não tem um cartão ou outro “esquecido” em algum canto da bolsa ou gaveta?
Se você tem mais de dois cartões de crédito, eu já o considero um “colecionador de cartões”. Calma, o termo é divertido e não ofensivo, a ideia é justamente provocá-lo para o que importa: será que você precisa mesmo de todos esses cartões?
O perigo quando são muitos os cartões de crédito é que são muitas datas para guardar (fechamento e vencimento da fatura de cada cartão) e o risco de ter muitos pequenos gastos espalhados em vários cartões aumenta bastante, o que é um risco para o orçamento familiar mensal.
Na prática, é preciso criar uma forma simples de administrar a vida financeira, e isso não combina com ter que gerenciar quatro, cinco, dez cartões de crédito. Cada um tem suas datas, limites, taxas de juros e não há programa de vantagens que faça sentido diante de um deslize sequer na hora de cuidar de tudo isso.
A minha dica é que você tenha dois cartões de crédito, no máximo. Um com vencimento na primeira quinzena do mês e outro na segunda. Assim você divide o seu mês em dois períodos, o que facilita para as compras e na hora de lembrar quando vai as faturas vão vencer.
Perigo no cartão de crédito: não conhecer os detalhes
Outra falha comum de quem usa bastante cartão de crédito é não conhecer bem seus detalhes. Muitas vezes, o cartão de crédito oferece características de uso que não fazem sentido e uma alternativa de outra instituição ou fintech pode ser mais interessante.
•Qual é a taxa de juros cobrada no cartão?
•Seu limite faz sentido ou parece muito elevado?
•Há cobrança de anuidade ou você não sabe?
•O programa de vantagens/benefícios é realmente tudo isso que dizem ser? Você já usou?
•Quais as taxas de conversão usadas nas compras em moeda estrangeira?
Algumas perguntas parecem inocentes ou até mesmo simplistas, mas na correria do dia a dia é muito comum encontrar quem tenha inúmeros cartões sem saber quase nada sobre eles.
O perigo está em concentrar seus gastos em uma ferramenta sem saber ao certo quanto ela está realmente adequada ao seu perfil. Basta um erro, e essa decisão pode custar caro.
Minha sugestão aqui é que você separe uma hora do seu dia, espalhe seus cartões de crédito sobre a mesa e, um por um, aprenda mais sobre eles. Tudo que puder sobre cada um deles.
Perigo no cartão de crédito: comprar para outra pessoa
Sabe aquele parente que não tem cartão de crédito ou que simplesmente não pode mais comprar a prazo porque seu nome foi negativado? Pois é, algum dia ele ainda vai pedir para você comprar alguma coisa para ele. Parcelado.
Evite ao máximo comprar um produto contando com a boa vontade e compromisso de outra pessoa para pagá-lo. Tenha em mente que você vai usar o seu limite e o seu nome para que alguém tenha algo que você mesmo não tem – ou que ainda não pode comprar.
As chances de algo sair errado nesta operação baseada em confiança e amizade são enormes. Gigantescas. Por mais que você confie na pessoa e ela até já tenha pago em dia outras vezes, tudo pode mudar muito rápido e emprestar seu nome pode se transformar em um pesadelo.
Há, no entanto, uma coisa que não muda nunca em casos assim: é o seu nome em jogo, você comprou, assumiu a dívida e vai ter que honrá-la, quer receba o pagamento em dia ou não. O perigo é real, por que se arriscar?
Conclusão
No texto de hoje, discutimos a importância de observar detalhes práticos da utilização do cartão de crédito. Não faz sentido ter tantos cartões, assim como não ajuda usá-lo de forma descompromissada e sem atenção a datas de fechamento/vencimento e taxas envolvidas.
Se por um lado, o cartão é uma ferramenta capaz de concentrar os gastos e facilitar compras e pagamentos no dia a dia, por outro ela tem na própria comodidade um de seus pontos mais polêmicos – no mundo financeiro, quanto mais fácil, mais caro.
Com juros da ordem de 300% ao ano, não se pode esquecer ou deixar de pagar nada comprado no cartão de crédito. Planejamento e controle financeiro são essenciais para lidar com os perigos do cartão e manter as contas em dia. Sempre!
(Fonte: Dinheirama)
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