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Pagar as dívidas ou construir uma reserva de emergência?

Pagar as dívidas ou construir uma reserva de emergência?

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Pagar as dívidas ou construir uma reserva de emergência?

Quando começamos a estudar sobre como ter uma vida financeiramente saudável aprendemos sobre o mal que as dívidas fazem, sobre o poder dos juros compostos, o qual nos dá a possibilidade de enriquecer através dos investimentos. E ficamos entusiasmados em colocar estes conhecimentos em prática o mais rápido possível, buscando economizar ao máximo para investir ou quitar as dívidas. E nesse entusiasmo, acabamos esquecendo de um dos principais e mais básicos princípios das finanças pessoais, a reserva emergencial.

Apesar de alguns educadores financeiros discordarem deste ponto de vista, acredito que a reserva emergencial deve ser o primeiro objetivo, independentemente da sua situação financeira, mesmo que isto gere uma pequena desvantagem para os endividados.

Reserva emergencial vs dívidas

Quando falo sobre juntar uma reserva emergencial antes de quitar as dívidas, podem surgir algumas pessoas que argumentem que em termos puramente financeiros este princípio é economicamente desfavorável se comparado a utilização do dinheiro para quitar as dívidas. Pois o ganho ao não pagar juros (quitação da dívida de forma antecipada) é superior aos rendimentos obtidos em investimentos conservadores utilizados para a reserva de emergência.

Todavia acredito que o ganho psicológico é muito maior quando temos uma reserva emergencial. Para justificar essa tese, vamos supor a seguinte situação: imagine que você contraiu uma grande dívida, e que a partir de hoje irá começar a controlar suas finanças para quita-la o quanto antes. A medida que os meses passam, você acaba se privando e se sacrificando em diversas situações para que a dívida seja quitada o mais rápido possível. Até que, em determinado momento, quando você já reduziu uns 20% ou 30% da dívida ocorre um acidente, você bate o carro, ou seu filho fica doente ou então você acaba perdendo o emprego…

E em virtude destas situações você acaba tendo que contrair uma nova dívida para poder cobrir este gasto inesperado. Fico imaginando como ficaria desiludido e desmotivado se uma situação desta ocorresse. A sensação de que todo o esforço feito até agora foi por água abaixo e que apesar de tudo o que eu fiz não consegui sair do lugar.

Por outro lado, penso que, ao invés de estar preocupado em quitar a dívida eu estivesse construindo uma reserva emergencial. Quão recompensador seria poder dizer que eu tenho dinheiro para pagar este gasto extra e que não precisarei recorrer a empréstimos. Só de poder pagar este gasto extra à vista e não ter que aumentar a dívida, já ficará evidente a melhora nas suas finanças, o que lhe motivará a continuar o seu controle e planejamento financeiro. E é por este motivo que vejo uma vantagem maior em realizar uma reserva emergencial ao invés de utilizar toda a economia mensal para reduzir a dívidas.

Concluindo

Claro que existem pessoas que se sentem mais confortáveis em realizar o pagamento das dívidas o quanto antes ao invés de juntar uma reserva de emergência, o que também não está errado. Porém, acredito que, para boa parte das pessoas, seria melhor juntar uma reserva emergencial, do que quitar as dívidas. Desta forma, continue estudando e colocando em prática tudo o que você aprende sobre finanças sem deixar de fazer o básico, entendendo qual aprendizado se encaixa ao seu perfil, e a medida que você for aprendendo e praticando, estará cada vez mais perto dos seus objetivos.

Forte abraço. Até mês que vem.

(Fonte: Organizze)

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