Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que 45,8% dos brasileiros não realizam um controle sistemático do seu orçamento, sendo que 29,3% deles o fazem apenas “de cabeça”. Com as incertezas econômicas, muitos brasileiros buscam como mudar o rumo nas despesas e dar início a um planejamento financeiro. Mas para conseguir isso, é preciso entender como funcionam as finanças pessoais e estabelecer os objetivos que devem ser alcançados, para se chegar a uma estabilidade. A Folha de Pernambuco buscou especialistas para orientar sobre como iniciar um planejamento.
Segundo o economista e professor especialista em finanças do Cedepe, vinculado ao Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Gustavo Maia, um dos principais fatores para começar a ter uma saúde financeira mais estável, é não gastar além do que se ganha mensalmente.
“Quando chega no final do mês pode não ter sobrado nada. Mas é isso que tem que acontecer, terminar o mês zerado e não negativo. Quando a gente fala de planejamento financeiro, a primeira coisa que temos de ter em mente é o familiar, onde em uma unidade tem várias pessoas e todas geram despesas, mas nem todos, receita. O primeiro ponto é fazer um orçamento, para saber quanto se pode gastar, estipular quanto se pode guardar para um sonho futuro”, disse Gustavo.
De acordo com o Google Trends, a busca pelo termo “o que é planejamento financeiro”, aumentou em 200% nos últimos meses, o que demonstra o interesse pelo tema. Para o economista do Cedepe, é preciso investir mais em educação financeira em todos os níveis para que o consumo se mantenha estável. “A educação financeira tem que ser feita para todos, ter um apoio educacional para gerir seus recursos. Isso é importante porque essa população não vai gerar poupança para o País, que gere atividade econômica constante e crescente. Quando se fica endividado não se consegue consumir mais, e despenca”, contou Maia.
Na avaliação de Gustavo, o planejamento pode trazer uma série de benefícios, principalmente para o futuro. “Os gastos estão divididos em sonhos ou objetivos, que são as realizações do futuro. Todo mês precisamos tirar uma fração da renda e aplicar, é como se fosse uma parcela paga a você mesmo. Quando se faz isso, não é que vai ficar com dinheiro guardado, mas precisa equilibrar a vida futura com o presente. Não se pode abrir mão da qualidade do futuro, nem da do presente, é preciso fazer esse equilíbrio”, afirmou o economista.
Para ele, o ato de anotar os gastos não é o suficiente. O economista recomenda que os gastos não essenciais também entrem no orçamento. “A grande sacada é criar um consumo planejado e perene, para não ter picos de consumo que possam causar desequilíbrio. Tem que anotar e fazer dentro de um orçamento, com os gastos para o mês. À medida que a despesa acontece, vai anotando dentro do orçamento”, contou Gustavo Maia.
Tecnologia
Um dos recursos que podem ser utilizados para quem procura se educar financeiramente é o uso de ferramentas tecnológicas para controlar os gastos, como conta a educadora financeira da Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, Larissa Brioso.
“Ao pé da letra, podemos dizer que, um planejamento financeiro está muito mais relacionado com prevenção do que com previsão. Nos aplicativos, como o da Mobills, é possível criar um planejamento financeiro mensal, onde o usuário consegue acompanhar periodicamente a sua evolução e analisar onde pode reduzir gastos e economizar”, aponta Larissa.
(Fonte: Folha de Pernambuco)
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