Não dá para negar que ter dinheiro é bom, afinal a prosperidade financeira nos permite uma liberdade de escolha muito maior em diversas situações.
Com dinheiro podemos ter mais conforto, menos estresse com contas a pagar, mais oportunidades de ajudar quem amamos e realizar nossos sonhos.
Mas a forma como usamos o dinheiro muitas vezes pode revelar certa tendência a um consumo desenfreado, ao ter no lugar do ser, a uma satisfação momentânea que não causará diferença no longo prazo.
Se você tem percebido que a fatura do cartão chega nas alturas todo santo mês por conta de gastos de que você mal se lembra, se tem se sentido pressionado a conquistar determinado status mesmo que tenha que se endividar para isso, e se você não consegue parar de comprar porque a alegria da compra dura pouquíssimo e é preciso pensar em um novo objeto de desejo, pare um minuto, respire, vá para um parque, caminhe.
Que tal tentar alcançar equilíbrio no uso do dinheiro? Isso será possível se passar a adotar algumas atitudes que nos permitem valorizar mais as experiências no lugar dos bens materiais. Vamos lá?
Quais lembranças te trazem felicidade?
Pare um minuto, feche os olhos, e passe a lembrar de momentos que fizeram com que se sentisse feliz.
Das lembranças que eu tenho e me ajudam a retomar instantaneamente o rumo, vem muitas ligadas a experiências, tanto aquelas mais simples, do dia a dia, quanto as mais inusitadas, que aconteceram uma vez e sabe-se lá quando acontecerão de novo.
Lembro de ir para Iacanga, terra do meu pai, quando criança, chegar lá e encontrar um monte de animais para agarrar e os primos queridos para brincar.
Lembro de ficar em um hostel em Florianópolis porque era a acomodação mais barata que daria para pagar, mas que acabou sendo uma das viagens mais divertidas que já fiz.
Também lembro das experiências mais inusitadas relacionadas a viagens, e elas, ao menos para mim, costumam ser as que me animam profundamente, afinal, eu as priorizei em alguns anos da minha vida.
É lembrar de estar no barco indo para a Robben Island na Africa do Sul, dormir em uma barraca no frio do deserto de Wadi Rum, na Jordania, almoçar com um local nas montanhas do Marrocos, me perder no metrô de Londres.
Todas essas lembranças sei que vou carregar para a vida, muito mais do que qualquer objeto que eu já tenha comprado. Devolvi um apartamento no último ano e se você me perguntar das coisas que acumulei, olhe, nem sei…
Vendi, doei, emprestei, guardei pouquíssimas… mas hoje acredito que é preciso chegar a um equilibrio entre experiências e coisas!
Chegamos ao nosso limite?
Não sei se você também está com essa impressão, mas penso que em meio a todo o caos em que o mundo se encontra, também tem muita gente mudando conceitos e atitudes.
As pessoas têm trocado mais, têm desejado mais voltar a ter prazeres simples, a consumir o que é orgânico e etc.
Talvez tenhamos chegado a um estresse tão grande relacionado ao que a sociedade nos impõe, ao consumo desenfreado e à falta de relacionamentos reais verdadeiros, que quem se apega demais apenas ao material acaba ficando sem rumo em algum momento.
Vamos tentar voltar a valorizar o que está aí, de graça, e muitas vezes sequer olhamos? As pessoas que amamos estão aí, de graça. Uma caminhada com um amigo querido pode valer muito.
Olhar para a mesa de café de manhã que o seu pai (se for como o meu) prepara com todo carinho para você tomar vale mais do que qualquer restaurante caro. Passar uma tarde inteira brincando com o filho ou ganhar uma lambida do cachorro ao acordar já vai te colocar em outra energia.
Pense nas crianças. Elas costumam se divertir com qualquer coisa, de qualquer jeito. Normalmente se divertem mais correndo em um parque do que com um brinquedo novo e caro.
Mas quando crescem passam a ter necessidades que muitas vezes nem são as delas. Como um amigo querido, especialista em mercado automotivo, costuma dizer: “o brasileiro não gosta de carro, gosta de status”. Duvidamos?
Que tal começar a priorizar? Menos coisas, mais experiências. O dinheiro acumulado deve servir especialmente para te proporcionar liberdade de escolha. A vida é um recomeço todos os dias e você não tem que ser escravo daquilo que o dinheiro compra. Ele precisa ser uma alavanca para que você possa ser mais feliz!
A seguir, separei alguns pontos que podemos começar a colocar em prática para tentar alcançar um equilíbrio mais saudável entre o ser e o ter. Se você tiver outras sugestões, compartilhe com a gente.
- Anote para conseguir entender
Sempre falamos da importância de anotar gastos fixos e variáveis, mas proponha-se anotar por cerca de dois meses todos os gastos importantes relacionados a bens materiais e não materiais.
Ao lado de cada um, coloque se o item era indispensável ou dispensável. No final do período some tudo para ter uma ideia do que vem ocorrendo no orçamento.
- Faça uma lista de experiências
Encontrar os amigos, passar tempo com a família, brincar com os cães, andar no parque, namorar e etc. Faça uma lista de atividades que tenham a ver com experiências simples de serem realizadas, mas importantes na sua vida. Procure colocar na agenda e realizar ao menos uma ou duas por semana.
- Sonhe alto
Pense em sonhos maiores também, como aquela viagem incrível, aquele curso que vai dar um up na carreira e etc.
Muitas experiências precisam de dinheiro para serem realizadas, por isso é preciso planejamento. Em quanto tempo você gostaria de viver essas coisas? Quanto vai precisar poupar por mês para fazer isso?
- Seja grato pelas coisas que já tem
Esta é superimportante e nem sempre fazemos, simplesmente porque o que temos hoje não parece ser tão importante quanto aquilo que ainda não temos, né? Mas não é verdade. Faça uma lista de tudo que você tem hoje e lhe é importante na vida. Procure aproveitar melhor tudo isso e ser grato!
- Permita-se viver novas situações
Finalmente, é normal nos encontramos vez ou outra em situações de muito estresse. Neste caso, precisamos nos permitir vivenciar experiências novas, conhecer pessoas novas, tomar rumos novos.
Ainda que sejam coisas simples, como voltar para casa por outro caminho, ir para o trabalho pedalando ou se permitir conhecer alguém em um ambiente novo, tudo é válido para lembrar que a vida está aí, pulsando, de graça, e vai muito além das coisas que você precisa comprar para encontrar satisfação! Experimente!
(Fonte:DInheirama)
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