Um estudo divulgado pelo Banco Mundial revela que, se houvesse redução da desigualdade salarial entre homens e mulheres , o Produto Interno Bruto (PIB) poderia crescer em 3,3%, o que equivale a R$ 382 bilhões.
A conclusão é da pesquisa Mulheres, Empresas e o Direito 2018: Igualdade de Gênero e inclusão econômica , que analisou o impacto da legislação na inclusão econômica das mulheres a fim de estimular reformas legislativas e políticas públicas, como a diminuição da desigualdade salarial , voltadas à promoção de igualdade de gênero .
Entre os mais de 16 países analisados estava o Brasil que, segundo a pesquisa, avançou na questão de gênero nos últimos 10 anos, mas que ainda tem leis que impedem a plena participação econômica das mulheres.
O relatório do Banco Mundial analisou sete aspectos: acesso às instituições, uso de propriedade, acesso ao emprego, incentivo ao trabalho, acesso aos tribunais, acesso ao crédito e proteção da mulher contra a violência.
Caso brasileiro
Entre os pontos destacados como “fortes” no Brasil está a não limitação à capacidade jurídica das mulheres, ou à liberdade de movimento, ou de direitos iguais à propriedade e herança que possam afetar sua inclusão econômica.
Por outro lado, o Brasil ainda peca em não prever licença parental, igualdade de remuneração para o trabalho masculino, trabalho dos pais em regime flexível, discriminação com base no gênero ou no estado civil no acesso ao crédito. Esse último ponto, de acordo com o relatório, desfavorece principalmente o empreendedorismo feminino.
Desigualdade de gênero e racial
De acordo com a especialista em gênero do Banco Mundial, Paula Tavares, a questão da desigualdade salarial é ainda mais problemática quando é analisada sob o ponto de vista racial, caso em que a mulher se torna ainda mais vulnerável socialmente.
“Em todos os países do mundo, e principalmente no Brasil, a questão da raça ainda é um elemento que torna a mulher mais vulnerável. No Brasil, por exemplo, a renda média da mulher [independente da cor da pele] é equivalente a cerca de 75% da renda do homem para cargos equivalentes. Mas, no caso específico da mulher negra, essa diferença aumenta e chega a 50% do salário dos homens”, analisa.
Tavares ainda lembrou que apenas 8% das mulheres ocupam cargos de liderança nas empresas do País e que uma das medidas que ajudaria a combater não só essa questão da participação, mas também da diminuição da desigualdade salarial seria a adoção da política de cotas. “No Canadá, por exemplo, há cinco anos foi adotada essa medida e, em mais ou menos quatro anos, o país conseguiu aumentar a participação de 18% para 25%”, aponta.
(Fonte: Economia Ig)
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