As festas de fim de ano estão se aproximando e os especialistas em saúde alertam para a importância de manter a cautela nos encontros e comemorações, pois a pandemia, infelizmente, ainda não acabou. De janeiro a novembro de 2021, o Pequeno Príncipe atendeu 1.274 crianças e adolescentes com diagnóstico positivo para COVID-19. O número é cerca de quatro vezes maior do que o registrado em 2020, primeiro ano da pandemia. “A média mensal de pacientes internados em 2020 foi de oito pacientes. Neste ano tivemos um aumento de 163%, passando para 21 casos por mês”, revela o médico infectologista Victor Horácio de Souza Costa Júnior (CRM-PR 1672), vice-diretor-técnico e coordenador de Ensino e Pesquisa do Hospital Pequeno Príncipe. Do total de casos diagnosticados, 241 pacientes – cerca de 20% – necessitaram de internamento, sendo que 60 foram para a UTI.
Segundo o médico, este ano as famílias buscaram atendimento mais rápido, contribuindo para a precocidade dos diagnósticos. “O diagnóstico precoce faz toda a diferença para a boa evolução do tratamento. As famílias estavam mais em alerta neste ano e felizmente recebemos as crianças com a doença na fase mais inicial, o que aumenta as chances de cura. Os nossos médicos no Pronto-Atendimento também conseguiram fazer diagnósticos mais precoces. ”
Nos últimos meses, o número de casos vem caindo consideravelmente, sobretudo graças à vacinação. “Adultos vacinados protegem as crianças, enquanto não chega a vez delas de se vacinarem”, enfatiza Victor. Ele acredita que a liberação das vacinas para as crianças deve acontecer em breve. “Vários países já estão vacinando, e acredito que teremos um bom resultado aqui no Brasil também. ”
Flexibilização é precoce
“Nos últimos meses estamos vivendo uma queda considerável no número de casos, mas isso não significa que a pandemia acabou, especialmente agora com a chegada da variante ômicron”, salienta o especialista. É fundamental que as medidas de precaução, como uso de máscara e distanciamento social, continuem sendo seguidas. “Em alguns países da Europa, a flexibilização dessas medidas trouxe novamente o aumento de casos. Considero prematuro deixar essas medidas de lado porque a maioria dos idosos ainda não tomou a terceira dose e as crianças não foram vacinadas. Além do mais, como as crianças são o único grupo que ainda não foi vacinado, elas podem sofrer mais com a nova variante”, preocupa-se.
O alerta vale especialmente para as festas de final de ano. “Nosso temor é que os encontros de Natal e ano-novo, tão tradicionais, possam trazer um novo aumento no número de contaminados. Eu diria que ainda é cedo para promovermos e participarmos de grandes festas. Minha recomendação é para que os encontros se realizem com o menor número possível de pessoas, utilizando máscara”, finaliza.
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(Fonte: G1)