O estresse é um mecanismo fisiológico de sobrevivência, que foi desenvolvido por nossos ancestrais para nos deixar em estado de alerta para situações de ameaça. O coração acelera para fornecer mais sangue aos músculos, a respiração fica mais forte e o corpo está pronto para o confronto.
O organismo do ser humano carrega essa defesa até hoje. Porém, os problemas urbanos são bem diferentes dos perigos que a selva proporciona. Na cidade não precisamos fugir de animais ferozes, nem nos prepararmos para a caça. No entanto, o corpo continua mandando estímulos de estresse em situações de pressão e medo. O que gera um acúmulo de adrenalina não liberada e, aí sim, pode causar prejuízos para a saúde.
De acordo com um estudo publicado na última segunda-feira (13), pela revista científica Circulation, pessoas com pressão arterial normal – sobretudo jovens – quando expostos ao estresse crônico, podem aumentar a predisposição para desenvolver doenças cardiovasculares, como hipertensão e até mesmo AVC e infarto.
Segundo a publicação, isso acontece devido aos altos níveis de cortisol, hormônio que o organismo libera em situações de estresse. Os pesquisadores também apontam que as doenças cardiovasculares já podem se manifestar a partir da próxima década.
Por isso, é importante evitar que situações estressantes se tornem rotina diária. De acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein, o corpo emite sinais claros de que o estresse passou do ponto.
Confira os principais sintomas de estresse:
– Sensação de desgaste constante;
– Alteração de sono (dormir demais ou pouco);
– Tensão muscular;
– Formigamento (na face ou nas mãos, por exemplo);
– Problemas de pele;
– Hipertensão;
– Mudança de apetite;
– Alterações de humor;
– Perda de interesse pelas coisas;
– Problemas de atenção, concentração e memória;
– Ansiedade;
– Depressão
Como combater o estresse
O primeiro passo para combater o estresse é identificar a origem do problema. E isso costuma variar muito de acordo com cada pessoa. Pode ser o trânsito, problemas no trabalho ou até mesmo uma má relação com familiares. E, atualmente, um agravante aumentou ainda mais os níveis de estresse da população. A pandemia de Covid-19 obrigou muita gente a ficar confinada em casa para evitar a contaminação. Isso afastou as pessoas de atividades de lazer que aliviavam o estresse. Sem falar do medo de contrair o vírus ou perder algum ente querido.
A ansiedade causada pela pandemia é uma realidade também. Junto com ela, o momento do planeta ainda adiciona uma sensação de tristeza geral, que pode influenciar a saúde. “Quem não se entristeceu é porque não sente empatia e isso é até preocupante. Vivemos um momento de depressão coletiva. Só não podemos ficar paralisados diante dos problemas. Temos que buscar alternativas porque se não os problemas vão aumentando. Gerenciar o estresse é a saída”, afirma a psicóloga, Carine Lopes, da Zero Barreiras.
“A principal forma de conseguir controlar a crise é desviar a atenção dos sintomas assim que eles aparecem com o objetivo de evitar o agravamento”, completa a também psicóloga, Christiane Valle.
De acordo com as especialistas, cultivar alguns hábitos, como reservar um período pequeno e específico para pensar nos problemas, usar o restante do dia para focar no presente e procurar atividades prazerosas, são algumas formas de evitar o estresse e a ansiedade. Porém, vale ressaltar que a ajuda médica de um profissional é sempre bem-vinda e pode solucionar o problema de forma mais rápida e eficaz.
(Fonte: Saúde em Dia)
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