Educação financeira é uma das maneiras mais interessantes de praticar o amor e fazer a diferença. “Nossa, você viu o Fulano, uau, é demais. O cara anda de boa na rua, não enche o saco, ninguém sabe direito o que ele faz e como lida com as suas decisões de consumo, mas ele parece estar sempre em paz. Ele deve manjar muito de educação financeira”.
Estranho ler algo assim, não é mesmo? Primeiro, porque educação financeira não é um tema presente no nosso dia a dia. Se não somos francos o suficiente e abertos para falar em casa da situação financeira da família, como é que vamos perceber que alguém tem bons hábitos neste sentido?
Segundo, porque o lance com a educação financeira é que ela não serve para ser “esfregada” na cara dos outros. Você não pode mostrar que é incrível porque tem educação financeira. Ou que sua vida é realmente mais rica por acreditar na importância de lidar melhor com as finanças pessoais.
A simplicidade da educação financeira é também seu verdadeiro poder. Acredito que quanto mais agirmos de maneira inteligente em relação ao nosso próprio dinheiro, mais influenciaremos os outros neste sentido. Não precisamos (devemos) querer impor nada.
Educação financeira muda tudo!
Com educação financeira, você não vive para chamar atenção; você vive para dar atenção ao que realmente importa. Se você está usando determinada roupa ou dirigindo certo carro, que isso faça parte de suas prioridades, sem deixar de lado outros objetivos importantes e necessidades familiares.
Com educação financeira, você tem tudo aquilo que faz sentido para você, mas sem se preocupar com o que o vizinho vai pensar. Não se trata de uma competição ou de provar que você também é capaz. E daí que você mora muito bem, mas prefere andar a pé? Ou tem um carro diferente, mas por opção consciente?
Com educação financeira, você só se preocupa em agradar a si mesmo e sua família, o que permite que vivam em maior harmonia. As pessoas mais importantes da sua vida são as que estão ao seu lado nos momentos felizes, mas também nas dificuldades. Os outros querem apenas que você cumpra certas expectativas. Cuidado.
Com educação financeira, você pode realizar doações e apoiar causas importantes sem precisar fazer disso motivo para autopromoção e sinalização de virtude. Quanto mais organizado e saudável for o seu orçamento, mais diferença voluntária você pode fazer na vida de outras pessoas. E você fará isso, porque faz bem e volta como motivação para seguir praticando a educação financeira.
Com educação financeira, você pode ser você mesmo sem aquela sensação de culpa por existir. Isso porque suas escolhas são conscientes, com as consequências encaradas sem ressentimento. Parece ridículo ter que escrever isso, mas não devemos ter vergonha do que conquistamos e de onde chegamos, assim como devemos nos orgulhar de nossas raízes.
Educação financeira é uma escolha
Educação financeira não é razão para ninguém ser considerado melhor que ninguém. É, isso sim, uma das poucas ferramentas universais capazes de contribuir para a melhoria de vida de muitas famílias e da Nação como um todo.
A boa notícia é que a educação financeira não é uma disciplina ou parte de um curso de especialização, mas uma escolha do dia a dia que se transforma em uma jornada sem fim. Jornada esta que atravessa gerações e cujo verdadeiro mérito é poder se transformar em um legado.
Muita gente me pergunta sobre a motivação para seguir mantendo a disciplina financeira ao longo de tantos anos. A resposta é óbvia, mas está longe de ser simples: eu não faço só por mim mesmo e não se trata de pensar apenas no meu bem-estar. A família entra em cena.
Quando eu digo que existe alguém além de mim, não estou defendendo o altruísmo como forma de sinalização de virtude. Cuidado. É muito importante sustentar a própria individualidade, mas também é fundamental valorizá-la no outro, nas pessoas que você ama.
Este exercício traz à tona a verdade sobre a educação financeira: se não queremos passar por mais dificuldades, mas também queremos ver nossa família realizada, precisamos tomar decisões de maneira mais consciente e considerando seus efeitos no longo prazo. Na maior parte do tempo, pensamos apenas nas consequências de curto prazo.
Conclusão
Acreditar na educação financeira não pode ser uma dúvida. E não é uma opção. Lidar bem com o próprio dinheiro é uma questão de cidadania. Uma responsabilidade. Se você não fala sobre dinheiro, não o administra minimamente bem e ignora seus efeitos no futuro, você está, sim, agindo de forma irresponsável.
Sim, porque educação financeira se ensina simplesmente porque é praticada. E se aprende justamente porque não precisa ser ensinada. Para quem entende que amar não é posse (ter), mas viver (ser), educação financeira é um grande sinal de amor, sentido e realização.
(Fonte: Dinheirama)
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