Em casa, seu filho conquista tudo “no grito”? Cuidado, o fato de amá-lo e sentir a necessidade de proporcionar o que tiver ao seu alcance para vê-lo feliz é uma opção bastante perigosa que pode, com o passar do tempo, levá-lo a fantasiar uma rotina muito diferente da realidade financeira da família.
Quando o assunto é dinheiro, existe uma palavra que é fundamental para manter as regras da casa no item orçamento, sobretudo no aprendizado das crianças: o “não”! Mas, para isso, obviamente, deve ser utilizada de forma criteriosa e no momento correto.
Respeito ao padrão de vida
Seus filhos podem, e devem participar do orçamento doméstico da família desde cedo, e não há traumas nisso! Isso significa que você deve se recusar a comprar itens desnecessários, estabelecendo datas para presentear, regras e condições para a realização de alguns sonhos de consumo.
É claro que o objetivo dos pais é proporcionar um ensino de qualidade e ótimas condições de vida aos seus pequenos, certo? Mas tal caminho pode levá-los à armadilha de se endividarem, oferecendo a eles algo que não têm condições de sustentar por muito tempo.
Diante disso, cuidado para não se atolar em dívidas! A causa é nobre, mas, com o tempo, você perceberá os efeitos negativos da decisão protetora.
Realidade em família
Caso consiga uma bolsa de estudos numa escola conceituada e de padrão financeiro mais elevado, prepare bem a cabeça do seu filho: afinal, terá amigos de poder aquisitivo superior ao seu e frequentemente irá se deparar com colegas que possuem hábitos e hobbies completamente distintos… E fora da sua realidade financeira!
A viagem internacional tão sonhada, as roupas de grife, o celular de último tipo na mochila, assim como tantos outros sonhos de consumo farão parte desse cenário. E tudo isso precisa ser bem trabalhado na cabeça das crianças. Não como algo inatingível, mas sim, caso queiram, como uma meta a ser alcançada futuramente com planejamento, estratégia e pés no chão.
Compartilhe com ele alguns conceitos básicos desde cedo. Da importância do trabalho e do que seu salário consegue proporcionar à família. Ensine-o sobre a necessidade de priorizar escolhas. Você pode fazer esse exercício em casa, no dia-a-dia, sem muitos conceitos ou formalidades.
Aprendendo a decidir
Faça-o participar das decisões financeiras, respeitando, claro, a idade dele. O hábito de conversar sobre os planos e necessidades é muito saudável, quando bem conduzido.
Viajar no fim do ano ou reformar a sala? Trocar os móveis da cozinha ou comprar um carro? Temas como esses podem ser debatidos em casa, por toda a família. Seu filho, no ritmo dele, aprende assim a planejar e entende que para atingir seus objetivos terá de trabalhar e economizar.
Na hora de pedir algo, ele não estranhará ou combaterá o seu “não”, caso venha acompanhado de um bom argumento. Algo como: “temos que guardar dinheiro para a nossa viagem de férias… Foi uma decisão de todos e será algo bom para toda a família, lembra-se?” Dessa forma, você transmite a ele ensinamentos valiosos, que serão utilizados durante toda a vida.
Lembre-se sempre: educar significa dizer não na hora certa, sem culpas.
(Finanças Práticas)
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