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Consumo e Consumismo: Qual a Diferença?

Consumo e Consumismo: Qual a Diferença?

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Consumo e Consumismo: Qual a Diferença?

Entender o que é consumo e consumismo é fundamental para lidar melhor com suas finanças pessoais. Além disso, precisamos ter claro qual é a diferença entre eles. Por exemplo, você já reparou que toda compra traz um sentimento de dúvida? Ainda que você não dê muita bola para ele naquele momento? Será que haverá dinheiro suficiente para pagar por tudo ando comprando? Eu realmente preciso disso? Consumo e consumismo não são a mesma coisa. Assim, uma pessoa que compra não é necessariamente consumista só por causa disso. O dinheiro existe para oferecer qualidade de vida, conforto e permitir uma sobrevivência com dignidade. Nesse sentido, o consumo é essencial.

O que é consumo?

O consumo significa que você compra o que você precisa para viver. Mas é importante salientar que avaliar isso é mesmo muito subjetivo. Quanto é o mínimo para viver com dignidade? A discussão sobre consumo não deve caminhar por aí. Afinal de contas, todos temos desejos – e sempre os teremos. Se você não precisa, mas ainda assim compra, se sente bem com isso e não prejudica seu planejamento, ótimo. O consumo para subsistência é óbvio. Mas quando a educação financeira cumpre seu papel, prioridades subjetivas também merecem espaço. Assim, o consumo é também uma parte de quem somos, daquilo que gostaríamos de alcançar e de como nos expressamos. Certamente, não há como negar tudo isso. No entanto, uma pessoa consumista atravessa a fronteira do que ela é e de como quer se mostrar aos demais. Com efeito, isso é cada vez mais comum na nossa sociedade.

Para pensar melhor em consumo, que tal algumas perguntas:

•    Eu preciso disso agora?
•    Eu tenho condições de comprar isso agora sem prejudicar o restante do mês e de meus objetivos?
•    Há algo mais importante que eu deva considerar fazer antes de gastar este dinheiro?
•    Posso esperar até amanhã para tomar essa decisão?
•    Como está a minha fatura do cartão de crédito?

Consumo é lidar diariamente com suas necessidades, mas tendo em vista suas prioridades e desejos. Atualmente, isso é difícil, mas por isso mesmo é tão importante.

O que é consumismo?

Se você compra por impulso ou simplesmente porque está barato, cuidado! É provável que você esteja se tornando alguém consumista. De fato, não é porque algo é supérfluo que seja demais ou que não possa comprar. No entanto, quando há um exagero prejudicial à família e ao planejamento, isso é sinal de consumismo. Na definição clássica – e mais encontrada – de consumismo, é comum apenas retratar como consumista quem compra sem necessidade. Porém, eu acredito que o consumismo é um pouco mais profundo. Dessa forma, ele acontece quando comprar se torna um vício e gastar, um prazer imediato. E quando o prazer aparece na discussão é porque também envolve satisfação e o aspecto emocional. Em outras palavras, áreas bastante subjetivas. Dessa forma, é muito difícil explicar como tudo passou de uma compra inocente para uma série de atos compulsivos. No entanto, quem está de fora consegue perceber claramente a mudança de comportamento e as consequências. Além disso, as pessoas em volta também nota como são ignorados os alertas no caminho. O consumismo não aparece e se instala de uma hora para outra. Pelo contrário, ele é provocado e se aloja confortavelmente ao lado de nosso Ego.

Tudo é consumo, mas nem tudo pode ser comprado

Certamente não é novidade para ninguém que, desde pequenos, somos impelidos a desejar cada vez mais. Como resultado, queremos sempre as novidades, o lance de estar na moda. Não só brinquedos, como também guloseimas são colocados na altura exata das crianças. Dessa maneira, assim que entram em alguma loja, elas são logo “fisgadas” pelo próprio desejo. Portanto, a questão não é apenas limitar o consumo a uma compra para suprir necessidades. Afinal de contas não vivemos mais em um mundo assim. De fato, o ponto fundamental é compreender que sempre teremos escolhas de consumo a serem feitas. Por isso, precisamos exercitar o autocontrole. Ainda mais, é fundamental aprender a planejar e olhar mais para o médio e longo prazo. Como resultado, precisaremos, por muitas vezes, renunciar à satisfação imediata.

Consumo e consumismo x felicidade

Atualmente, há uma discussão muito polarizada sobre consumo e felicidade. E existem argumentos bastante simplistas em ambos os lados. Por exemplo, quem compra desenfreadamente – e se endivida além da conta – alega que a vida é efêmera, praticamente um sopro.  Por outro lado, quem não compra nada e prega a felicidade na simplicidade e até minimalismo ressente-se com facilidade. A felicidade não vem do consumo de nada, até porque ser feliz não é algo que se pode comprar. No entanto, é imperativo ressaltar que a educação financeira cumpre um papel primordial na construção de uma vida feliz. Neste sentido, comprar itens supérfluos e que tenham valor pessoal pode fazer sentido. Desde que isso não prejudique o planejamento geral.

Ao mesmo tempo, economizar mais e melhor em tempos difíceis também faz todo sentido, o que é muitas vezes temporário. O perigo não está no que se compra, mas na falsa expectativa depositada no objeto de consumo. Em outras palavras, você não é o carro que você dirige. Você é você. E um carro, bem, um carro é apenas um carro. Ah, você também gosta de carros, assim como eu? Pois é, mas isso não faz de um carro algo mais importante que a família. 

Hiperconsumismo

Vivemos um período cada vez mais superlativo em tudo. E o consumismo não poderia ser diferente. O desejo e o ego vêm tomando conta de tudo. Entretanto, é fundamental reconhecer que o problema existe porque há uma distorção na percepção humana. E isso é passível de mudança. Quem também vê o consumismo dessa forma é o filósofo Gilles Lipovetsky. Ele fez uma palestra alguns anos atrás no Brasil sobre o tema. Ele é autor dos livros “O Império do Efêmero” e “A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo”. E faz algumas reflexões interessantes. Segundo Lipovetsky, a velocidade com que estamos mudando nossos hábitos de consumo aumentou muito nos últimos 30 anos. Por causa da tecnologia, o consumismo se tornou cada vez mais onipresente e individualizado.

“No hiperconsumo, não há limite de espaço e tempo. É possível comprar em qualquer hora e lugar”, diz Lipovetsky. Trata-se de um caminho sem volta. O chinês que experimentou uma carne melhor, não vai querer deixar de comê-la. Ele também destaca a capacidade humana de inventar como um diferencial importante ao lidar com problemas complexos. Seu recado é claro! O consumo seguirá muito forte na modernidade. Mas é desejável que ele não seja o estilo de vida a ser escolhido. A resposta para isso? Educação, inclusive financeira. 

Crianças e consumismo

Assim como somos provocados a consumir desde cedo, também podemos ser motivados a lidar com os desejos e emoções. As principais lições virão da observação do comportamento dos pais por parte das crianças. Portanto, é importante fazer mais e falar menos. O limite entre consumo e consumismo não existe de forma clara. Por isso, será sempre essencial dialogar, explicar e, de novo, agir de modo equilibrado.

Gosto de pensar na educação financeira como uma forma de ensinar as crianças a buscarem a realização de sonhos. Neste sentido, pode ser que algumas coisas desejadas sejam materiais, e tudo bem. Mas ter tudo nunca pode ser o sonho de uma vida.

Consumo sustentável: uma escolha!

O tema dessa conversa é o consumo e o consumismo. Desse modo, precisamos abordar também a mudança necessária para lidar com isso. Nesse sentido, o consumo sustentável, ou consciente, se torna o foco das nossas atenções. Comprar com planejamento, gastar com sabedoria e planejar com antecedência. Quem trabalha estes três pilares, vive com mais harmonia e paz.

Conclusão: consumo e consumismo não é a mesma coisa

Consumo não pode ser uma palavra proibida e tampouco um ato qualquer. Consumismo é quando não damos a mínima para essa discussão. Devemos escolher bem como vamos gastar nosso dinheiro. Porém, o que é importante para mim pode não ser relevante para você. Valorize e pratique a educação financeira. Agora que você já sabe a diferença entre consumo e consumismo, não deixe de compartilhar esse conteúdo. Assim, você ajuda alguém que esteja precisando de um toque.

(Fonte: Dinheirama)

Comente, até breve…muito breve! /*–*/

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