O dinheiro é um dos assuntos que mais nos convida a encarar os fatos da nossa vida, por isso é tão comum nos enganarmos para evitar de lidar com ele. A seguir, você conhece 5 mentiras sobre dinheiro que contamos a nós mesmos e como elas podem impactar a vida financeira. E ainda confere algumas dicas para sair dessa.
1. Se eu olhar minhas contas vai ser pior
O medo de descobrir que a real situação financeira é pior do que imaginamos gera uma atitude de negação que nos impede de colocar as contas no papel. Esse receio pode ser maior ainda para o pequeno empreendedor. Quem tem um negócio próprio convive com desafios cotidianos e olhar para as contas, muitas vezes, causa arrepios.
Para se proteger de decepções, a pessoa tenta fugir de planilhas e gráficos, diz a si mesma que “não é boa com números”, que “não tem tempo” ou que “seu talento é vender, não controlar”. O resultado dessa resistência é deixar as dívidas se acumularem e saírem do controle, gerando uma bola de neve.
A dica é colocar todas as contas e as entradas de dinheiro no papel. E, se fazer isso for muito complicado, buscar o auxílio de um profissional de planejamento financeiro, que possa auxiliar nesse mapeamento e mostrar alguns caminhos para superar os desafios. Conhecer o tamanho do problema é o primeiro passo para vencê-lo.
2. Mês que vem eu começo a poupar
A procrastinação é um autoengano clássico. Para não assumir sua falta de disciplina, o ser humano cria datas imaginárias para suas resoluções e promete a si mesmo que vai começar “na segunda-feira”, “no mês seguinte”, “no primeiro dia do ano” ou “assim que terminar de pagar aquelas parcelas”.
Só que esse dia nunca chega, pois quando a data se aproxima, surge um imprevisto, uma conta vence, aparece uma oportunidade imperdível e mais uma vez o compromisso com a reserva acaba sendo adiado e, em muitos casos, nunca é cumprido.
A consequência desse autoengano é a falta de uma reserva para emergências, o adiamento de sonhos e uma grande frustração por não honrar com a promessa feita a sua própria consciência. Para quebrar esse ciclo vicioso, a sugestão é programar uma aplicação automática na instituição com a qual você trabalha. Feito isso, o dinheiro é poupado automaticamente, sem que seja necessário esperar sobrar para começar a poupar.
3. No fim, tudo dá certo
O otimismo excessivo na hora de tomar decisões financeiras pode nos tornar míopes para os riscos envolvidos em cada operação. Essa ideia cor-de-rosa de que “no fim, tudo se ajeita” nos faz esquecer das eventualidades e dos imprevistos que possam surgir no meio do caminho, especialmente quando a decisão envolve um compromisso de longo prazo, como o financiamento de um imóvel ou a poupança de recursos para a aposentadoria, por exemplo.
Estudos mostram que dois a cada três aposentados no mundo jamais pouparam para a velhice e isso aumentou sua insegurança financeira, gerando estresse e despreparo para lidar com os desafios dessa fase da vida. Ser otimista é saudável para realizar conquistas, mas é fundamental ter os dois pés no chão e se cercar de todas as garantias possíveis para evitar surpresas.
Quando precisar tomar uma decisão financeira importante, pense em tudo o que pode dar errado e prepare um plano B como alternativa para solucionar cada situação. Se tudo der certo, você estará no lucro, mas se algo não ocorrer como espera, estará preparado.
4. Quem não se endivida, não realiza
É muito fácil se enganar com a ideia de que só é possível conquistar algo na vida assumindo dívidas, em vez de poupar e esperar ter o dinheiro para comprar à vista. Afinal, somos imediatistas por natureza e queremos ter agora o que desejamos. A poupança envolve autocontrole, paciência e disciplina para adiar a satisfação imediata em prol de objetivos futuros, o que geralmente requer esforço e renúncia.
A melhor forma de se convencer das vantagens de comprar à vista é fazer a conta. Multiplique o valor das parcelas do produto desejado pelo número de prestações e descubra quanto você poderá economizar se investir até ter o valor suficiente para oferecer ao vendedor. Lembre-se que ter dinheiro na mão garante poder de barganha, ou seja, um ótimo desconto.
5. Não dá para cortar nada do meu orçamento
Sabemos o quanto é difícil tomar decisões que restringem a nossa qualidade de vida. Ninguém deseja cortar despesas ou reduzir o padrão de consumo, por isso nos enganamos com a ideia de que tudo é essencial e não há espaço para revisões no orçamento.
Preferimos seguir empurrando os problemas com a barriga do que encarar a realidade, que às vezes envolve sair daquele apartamento com o condomínio muito alto, vender o carro, mudar os filhos de escola e outras medidas que geram frustração e sentimento de fracasso. O fato é que, às vezes, é preciso dar um passo para trás agora, para dar dois passos à frente no futuro.
Uma boa análise do custo de vida pode mostrar os “vazamentos” financeiros da família e abrir espaço para economizar fazendo algumas mudanças que evitarão muitos problemas no futuro. O segredo é reunir a família e focar no que é essencial para seu bem-estar, aprendendo a ser flexível para mudar o que não está funcionando o quanto antes e evitar a perda do controle enquanto ainda há tempo.
(Fonte: trecho de Meu Bolso em Dia)
Comente, até breve…muito breve! /*–*/