Após um ano que bateu recordes na inflação dos alimentos e combustíveis, a organização financeira tornou-se cada vez mais essencial. Despesas como IPVA, IPTU e materiais escolares para as famílias são alguns dos tópicos que as pessoas normalmente deixam de fora de sua organização financeira para o início do ano, podendo prejudicar o orçamento pessoal e familiar.
Para conseguir driblar os desafios do cenário macroeconômico como a inflação e as altas taxas de juros, definir metas financeiras para 2023 pode ser um dos principais aliados para não ter surpresas. A educação financeira e o planejamento de orçamento familiar e pessoal são algumas das práticas que todas as pessoas devem tomar para 2023.
Para auxiliar na organização de contas pessoais e familiares , os educadores financeiros Ana Pregardier, escritora de livros e empresária, e Eduardo Reis Filho, assessor de investimentos da Ágora, compartilharam algumas orientações para começar 2023 com as finanças em dia.
- Fazer um balanço do que deu certo e o que deu errado financeiramente em 2022
Um dos primeiros passos para ter as contas em dia em 2023 consiste em saber o que foi feito de certo e errado em 2022. Ambos os educadores financeiros recomendam fazer uma lista das despesas necessárias para o ano e do que deseja mudar do ano anterior.
Para Pregardier, uma das formas mais efetivas de conseguir fazer essa mudança está em distribuir as ações em categorias. “Numere esses problemas dos mais simples para os mais complexos e comece resolvendo os mais simples. Isso nos dá mais força e experiência para lidar com as mais questões mais complexas”, disse a escritora.
- Traçar as despesas específicas de cada ano
Cada ano, dependendo das condições subjetivas das famílias e indivíduos, vem com despesas diferentes que podem surpreender, caso não haja planejamento financeiro. Assim, é preciso fazer um levantamento de quais tipos de despesas haverá no ano que vem, como plano de saúde, Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e materiais escolares.
Eduardo Reis também alerta que essas despesas precisam ser monitoradas no decorrer do ano. “Os mesmos cuidados que o consumidor precisa ter no ano todo são os mesmos que tem que ter agora, mas agora é um momento bom para traçar as despesas do ano todo”, disse.
- Estabelecer objetivos e determinar prazos
Outro ponto importante está em analisar quais são os objetivos no ano de 2023, quanto é necessário para alcançá-los e quais são os prazos desejados. Eduardo Reis destaca que os prazos para os objetivos podem nortear quais são as prioridades na vida financeira. “Na educação financeira, a gente sempre pensa no prazo e no prazo que para guardar esse dinheiro. Se for para comprar um carro, eu já sei que é um objetivo de médio prazo, se é para se aposentar, é no longo prazo, se é uma reserva estratégica, curto prazo”, explicou.
“Para cada prazo há produtos diferentes destinados para isso, se for para curto prazo, dá para colocar em um produto de renda fixa, por exemplo”, completou Reis.
- Se educar financeiramente, com metas e prazos em vista
A chave para ter suas contas em dia em 2023 é a educação financeira. A análise de metas, contas e prazos não pode ser feita somente no final de cada ano.
“Se há alguns anos o investidor tivesse começado a juntar ele não teria um dinheirinho bom? Mas não o fez porque ninguém o ensinou e agora com a educação financeira virando matéria obrigatória a gente vê um futuro mais promissor na dinâmica do fluxo financeiro”, comentou Reis.
- Acompanhe suas contas e dê reforço positivo
Por mais que o começo do ano seja um dos melhores momentos para fazer um planejamento financeiro, é preciso realizar o acompanhamento das contas constantemente e se ajustar aos percalços que aparecem no caminho.
Para Pregardier, esse conselho é chave para ter as contas em dia em 2023, principalmente no planejamento familiar. “Tenha pontos de acompanhamento de suas metas e contas, seja para o próprio indivíduo seja para as crianças e comemore quando tais pontos forem atingidos”, aconselhou. “Dê um reforço positivo para ela, ou para a criança no caso de famílias, quando os objetivos forem atingidos”, completou.
(Fonte: Investidor – Estadão)