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2019 está pesado, mas cuidado: não deixe o pessimismo prejudicar sua saúde

2019 está pesado, mas cuidado: não deixe o pessimismo prejudicar sua saúde

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2019 está pesado, mas cuidado: não deixe o pessimismo prejudicar sua saúde

Do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em janeiro, aos recentes massacres na escola de Suzano (SP) e nas mesquistas de Christchurch (Nova Zelândia), passando por tantos e tantos relatos diários de violência contra a mulher de que tomamos conhecimento, 2019 não está sendo um ano exatamente fácil. Por mais que a maioria de nós esteja fisicamente distante dos acontecimentos, é natural nos sentirmos abaladas.

“Dá para perceber, tanto nos relatos dos pacientes quanto no convívio do dia a dia, uma sensação geral de necessidade de reflexão, de valorização da qualidade de vida e das relações.

Gente procurando reatar amizades e relacionamentos, ‘alimentar’ afetos, se fazer presente”, conta a psicóloga clínica Vanda Crespo. Isso, de acordo com ela e com Danielle Azevedo, psicóloga clínica do Hapvida Saúde, repercute na saúde mental e física.

Danielle explica que o noticiário carregado é especialmente complicado para quem está na fase de enfrentamento de ansiedade ou síndrome do pânico, por exemplo: “Algumas pessoas radicalizam a maneira de externar o sentimento, não querem nem sair de casa. É um gatilho negativo.”

Aqueles com tendência a ou histórico de depressão, ansiedade e outros problemas de saúde mental, Vanda complementa, têm estado mais suscetíveis a crises e recaídas. “Muitas pessoas que já tinham tido alta de tratamentos para essas condições estão voltando ao consultório ou pedindo auxílios pontuais porque sentiram o início dos sintomas novamente. Outras que têm casos na família estão sendo diagnosticadas pela primeira vez, porque a faísca que desperta as condições está forte. É preciso estar muito atento a si neste momento.”

Sintomas de que o noticiário está afetando sua saúde

O corpo e a mente dão sinais de que algo não vai bem na saúde mental. Se você se sente envolvida demais com as más notícias do Brasil e do mundo e percebe em si um conjunto considerável dos sintomas abaixo, é legal procurar ajuda psicológica.

– Palpitação que aparece e some do nada
– Tremores sem motivo aparente
– Vertigem
– Tremor ocular
– Medo de sair de casa
– Passar a evitar passar por um lugar por onde sempre passou (e sem que algo tenha realmente acontecido ali)
– Isolamento social
– Mudança nos hábitos alimentares (para menos ou para mais ingestão de comidas ou bebidas)
– Oscilação de humor
– Mudança no padrão de sono
– Busca excessiva por notícias ruins ou por detalhes de tragédias atuais ou passadas (por “excessiva” entenda uma busca que prejudique suas outras atividades, roubando-lhes tempo)
– Colocar as notícias ruins no centro de suas conversas com qualquer pessoa, de amigos próximos a colegas de trabalho

Dependendo do caso, a pessoa é encaminhada para consulta com psiquiatra, que poderá receitar um tratamento medicamentoso.

E como evitar danos à saúde no meio de tanta notícia ruim?

Nada de radicalismos do tipo “desligue a TV, feche o jornal e evite as notícias”. “A alienação é a pior saída”, afirma Vanda. “Bons ou ruins, os acontecimentos fazem parte do mundo em que vivemos e é preciso saber o que se passa lá fora. Cabe a cada um de nós se policiar e impedir que os ruins nos atinjam indiretamente.”

As dicas das psicólogas são:

Durma bem – o sono restaurador é indispensável para manter o equilíbrio dos hormônios responsáveis pela felicidade e pelo humor

Alimente-se bem – você é o que você come, não se esqueça

Tenha uma atividade física como rotina – uma caminhada diária de 15 minutos é suficiente para colaborar com a sua saúde mental

Leia ou assista à notícia até o fim e só – a não ser que você tenha alguma obrigação profissional em relação a isso, não fique procurando desdobramentos sobre tragédias; evite, também, ler os perfis das pessoas que morreram

Cerque-se das pessoas que lhe querem bem – amigos e familiares que lhe valorizem, incentivem, elogiem (ou critiquem numa boa, para lhe ajudar) e prestigiem são as pessoas com quem você deve manter contato, pois se sentir querida é importante

Evite ou se afaste das pessoas que não parecem lhe querer bem – “amigos” e familiares que só sabem apontar defeitos em você e no que você faz, lhe criticam com dureza ou maldade devem ficar bem longe, pois você não precisa se sentir mais para baixo ainda neste momento de notícias terríveis

Mantenha contato com as pessoas do bem da sua vida – um happy hour, uma reunião em casa ou um “oi” pelo Whatsapp/uma interação nas redes sociais são boas formas de manter os vínculos com as pessoas que lhe fazem bem

Procure formas de ajudar as vítimas das tragédias – a sensação de impotência diante das notícias de tanta gente ferida ou morta pode ser amenizada se você efetivamente ajudar – financeiramente ou como voluntária no local – essas pessoas e suas famílias.

(Fonte: M de Mulher)

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