Educação financeira deveria ser matéria básica na escola. Para todos que já passaram aperto com cheque especial e com taxas de juros, entender isso desde cedo poderia ter feito a diferença e evitado um descontrole.
Muitas vezes, só depois de muito estudo e dedicação às finanças se consegue perceber que boa parte dos problemas da maioria da população são originários na falta de orientação. Uma má decisão financeira pode ainda prejudicar o histórico de crédito no banco, fazendo com que a instituição financeira não libere dinheiro quando o jovem precisar adquirir uma casa ou um carro, por exemplo.
Abaixo, seguem três conselhos de especialistas em finanças que todos nós deveríamos ter aprendido na escola:
1) aprender a fazer empréstimos corretamente
Não se deve achar que o crédito é o vilão e se manter afastado de qualquer dívida. Empréstimos podem ser úteis para investimentos como comprar a casa própria ou abrir a sua empresa. Então é importante consultar quais são as instituições financeiras que cobram tarifas mais baixas em cada linha, que podem fazer diferença no Custo Efetivo do Crédito (CET). Aliás, é para o CET que você deve olhar ao escolher o melhor empréstimo.
Tomar empréstimos com o menor custo possível ajuda a pagar as parcelas em dia e criar um bom histórico de crédito, o chamado score. Quando alguém se mantém afastado de qualquer tipo de empréstimo, torna mais difícil para as instituições financeiras saber como ele irá lidar com um financiamento, caso precise. Ou seja, usar o cartão de crédito ou outro tipo de empréstimo pontualmente, quando necessário e de forma consciente, pode até ajudar a obter mais recursos no futuro.
2) aprender a investir e saber como funcionam os juros
Sobre qualquer aplicação financeira, juros compostos. Por conta disso, quanto mais tempo deixarmos o dinheiro aplicado, mais os juros recebidos como rendimento poderão ser reaplicados e poderemos passar a receber mais no período seguinte.
Um exemplo de como funcionam os juros compostos: se um investidor aplica 10 mil reais a uma taxa de 2% ao mês com reaplicação de juros, no primeiro mês receberá 10,2 mil reais. No segundo, os 2% irão incidir sobre os 10,2 mil reais, e se transformar em 10,4 mil reais. No terceiro mês, os juros serão calculados sobre o valor de 10,4 mil reais e o investidor passará a ter 10,6 mil reais, aproximadamente, e assim por diante.
Se deixarmos o dinheiro aplicado nessa operação, ao final de 12 meses teremos 12.682,41 reais, ou 26,82% a mais que o valor original.
3) aprender como funcionam as taxas do cartão de crédito e o cheque especial
É necessário ter consciência de que os juros cobrados nesta modalidade de crédito podem ser muito altos caso não consiga pagar totalmente a sua fatura e ela tiver um valor elevado. O mesmo alerta vale para o cheque especial, que só deve ser utilizado em uma real emergência.
Quem não tem disciplina não deve subestimar o efeito “bola de neve” dos juros dessas duas modalidades. Isso porque o crédito rotativo, quando ficamos sem pagar o valor total da fatura, e também o cheque especial, é cobrado por dia de uso, e geralmente está na casa de dois dígitos. Ou seja, o efeito dos juros será, certamente, altíssimo. Por exemplo, quem fica 30 dias sem pagar uma fatura ou o cheque especial de 2 mil reais que tem uma taxa de 12% ao mês terá de pagar, ao final deste período, 240 reais.
(Fonte: Exame)