A pandemia trouxe impactos em diversas áreas da vida de cada um. A do financeiro foi de longe uma das mais afetadas. De acordo com o Instituto Paraná Pesquisas, cerca de 82% da população brasileira foi financeiramente impactada pela crise. Os problemas apareceram tanto pela falta de uma reserva de emergência entre a população, como pela redução de salário ou demissões emergenciais tomadas pelas companhias.
Para Gustavo Raposo, CEO fundador da Leve, fintech que trabalha com benefícios para o bem-estar financeiro de colaboradores, as pessoas costumam acreditar que o futuro sempre será melhor, mas é com esse pensamento que as complicações começam a aparecer: “Não temos o controle do futuro, nada garante que daqui há um mês eu tenha uma certa quantia de dinheiro disponível. Por isso, é essencial controlar nossos gastos pensando no orçamento atual e se planejar para possíveis imprevistos”.
Aprender com situações adversas é o que nos previne de cometer os mesmos erros no futuro. Confira cinco lições que pandemia ensinou para se proteger de futuras crises:
Faça uma reserva de emergência
Uma pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) aponta que mais da metade dos brasileiros entrou na crise sem reserva de emergência. Essa economia tem como objetivo ser um dinheiro guardado para garantir estabilidade durante períodos escassez. A quantia deve cobrir todos os gastos mensais pessoais e necessários para sobrevivência durante um período de, no mínimo, seis meses. Para saber quanto reservar, faça as contas do quanto você gasta em um mês para viver hoje, e multiplique esse valor por seis ou mais, de acordo com o tempo que faça sentido para a sua realidade, e procure juntar essa quantia.
Separe os gastos importantes dos supérfluos, defina um valor mensal a ser poupado para atingir sua meta o quanto antes, escolha investimentos adequados ao seu perfil e mantenha o dinheiro como prioridade. Durante a pandemia, aqueles que entraram a quarentena com uma reserva provavelmente passaram por menos problemas financeiros. Afinal, o valor destinado à estratégia é justamente para ser utilizado em situações como a atual.
Controle seu orçamento
O tabu sobre dinheiro ainda é real no Brasil e a falta da gestão do patrimônio é uma das causas principais e mais recorrentes de prejuízos na saúde financeira. É o que afirma um estudo realizado pelo Itaú em parceria com o Datafolha e a consultoria Box1824.
A pesquisa revela que 46% dos brasileiros preferem nem olhar para a própria conta porque acreditam estar fazendo algo errado em termos financeiros. Não é possível negligenciar o controle dos gastos, como o quanto de dinheiro que entra e sai todo mês e quais são os gastos fixos e extras, e ter um orçamento estável. Para o especialista, é no controle que se encontra a liberdade:
“Não é porque uma pessoa ganha bem que ela está bem financeiramente. A educação financeira é um gargalo na formação de todos os profissionais”.
Gaste menos do que você recebe
Hoje em dia, há uma cultura de consumo exagerado. Com muitas pessoas ainda mantendo uma mentalidade de “quem não tem dívida não tem nada vida”, a população brasileira tende a gastar mais do ganha. Sendo assim, outro ensinamento que fica é a importância de economizar.
Sem manter um orçamento que sobre no final do mês, todas as outras dicas deixam de fazer sentido. A quarentena mostrou a quantidade de compras desnecessárias que faziam parte do dia a dia de cada um. Agora, o primeiro passo, é eliminá-las do extrato.
Não perca de vista os juros
Os juros compostos são um presente quando é você que está emprestando dinheiro para alguém, mas quando a situação é a inversa, eles podem, rapidamente, se tornar um pesadelo. Antes de adquirir um empréstimo, procure os menores juros do mercado, taxas muito altas vão complicar seu bem-estar financeiro.
Caso não consiga fugir do endividamento, há formas de renegociar seu crédito para taxas mais baixas, como transferir seu empréstimo para um banco ou startup que forneça juros mais baixos. Com parcelas menores, o pagamento poderá ser feito em um prazo maior, ajudando a quitar as contas e aliviar o orçamento.
Pense antes de comprar
Um hábito que é característico do ser humano é o comportamento de manada. Ele vem nos acompanhando ao longo de todos os séculos e hoje a realidade não é diferente. A tendência é que as pessoas reajam e tomem decisões de acordo com sua comunidade.
Se todo mundo está comprando um carro, é provável que você queira comprar um também. Mas, até que ponto, esse gasto faz sentido para seus sonhos e metas? A pandemia mostrou que muitas compras são feitas por impulso, com o intuito inconsciente de se acionar uma recompensa de alívio momentâneo.
Além de pensar antes de gastar, é importante confirmar se o preço do produto ou do serviço é o melhor e mais barato. Andar de se fazer uma decisão, procurar outras opções e fornecedores pode trazer, em muitos casos, economias expressivas, que vão aliviar o bolso no final do mês.
(Fonte: EconomiaSC)